REBIMBA O MALHO

REBIMBA O MALHO

terça-feira, 25 de maio de 2010

BEIJO ROUBADO

BEIJO ROUBADO

SE QUERES O FRUTO MAIS SABOROSO,
ROUBA-O DA BOCA DE UMA MULHER.
UM BEIJO ROUBADO, POR MAIS CUSTOSO,
MEU DEUS, SABE MELHOR QUE OUTRO QUALQUER.


CONDE DA GARDUNHA.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

UM CONDISCIPULO

UM CONDISCÍPULO

Na Instrução Primária tive um condiscípulo que me deixou marcas indeléveis, apesar de tantos anos já decorridos. Não há visita que faça ao passado que não me apareça a figura daquela criança com olhar triste estampado numa cara magra e sofredora. Entrava na escola quase sempre depois da aula já ter começado. O professor  invectivava-o sem que antes procurasse saber o motivo e, ele recebia as admoestações sempre de cabeça baixa, de olhos marejados e de corpito numa tremura.
Em casa deste meu colega, não deveria haver sequer o essencial, para sustento do agregado familiar e, além disso, tinha tarefas a cumprir impostas pelos pais. Não gozava das brincadeiras como todos os outros da sua idade. O tempo era para guardar os irmãos mais novos.
Era no Inverno que esta alma mais sofria como acontece, aliás, com todos os desafortunados.
Naquele tempo, a Panasqueira era assolada pelos mais duros e medonhos invernos. As ventanias ululantes açoitavam as chuvas copiosas; o frio cortante enregelava os corpos e encaramelava a terra - o códão - e os nevões sempre deslumbtantes que se alegravam alguns, entristeciam muitos mais.
Neste dias entrava na escola transido. A cobri-lo tinha uma camisa leve com as mangas abotoadas acima dos pulsos e, as calças de fazenda fina e puída terminavam na meia canela. Uma saca de serapilheira na forma de capucho que lhe cobria a cabeça e descia pelas costas, era o único abafo com que enfrentava os temporais.
A água da chuva escorria-lhe dos cabelitos curtos; as faces eram ruborizadas pela acção do frio; o muco nasal escorria terminando no limite do lábio superior e os pés, meu Deus... Nuinhos!
Depois de retirar o resguardo de pobre, sentava-se no banco da sua carteira, a última da fila, - as últimas carteiras eram destinadas aos que não tinham grande aproveitamento escolar - com a roupa colada ao corpo.
O professor, omnipotente, falho de humanidade, abordava-o e, em vez de o dirigir para junto da fonte de calor que a escola possuia, a fim de o aquecer e secar, em vez disso, apodava-o de... "o Ranhosito"! Os seus companheiros, para mostrarem agrado e cairem nas graças do mestre, riam. E tantas foram as vezes, que a alcunha pegou e, para sempre carregou com esse estigma.
Chamava-se como eu  mas quem se lembrará hoje deste ser, com o seu verdadeiro nome? Talvez poucos ou ninguém. Porém, aos do nosso tempo, se perguntarem pelo Ranhosito, aí sim, muitos com certeza se lembrarão.
Teve, ou melhor tivemos, a pouca sorte de nos calhar um professor deste jaez que renegou a protecção, a amizade, a paternidade, para em vez disso, achincalhar a pobreza e a humildade, e o mais grave, alcunhar uma criança que o único "pecado" possivel era o de ser pobre.
Este condiscípulo, tão tenro de idade, tão franzino de corpo e, já tão ajoujado pelo peso da vida.
É pela atitude deste professor - Armando de seu nome - e por todos aqueles destituídos de humanidade, para com o próximo, que com gana..
. REBIMBA O MALHO!


Conde da Gardunha

quarta-feira, 12 de maio de 2010

O ZÉ POVINHO, DE FIO DENTAL

O ZÉ POVINHO, DE FIO DENTAL

O Zé Povinho deixou a Tanga, para envergar o Fio Dental e sabem os meus amigos porquê? Porque já não há portugueses com tomates e, não os havendo, qualquer fio dental serve para tapar as hipotéticas vergonhas.
Prepara-se este governo que será inevitavelmente o de "MÁ MEMÓRIA", para zurzir e imolar este povo sofredor. Eis, que ele aí vem de machado em riste a fim de golpear o subsídio de Natal, aumentar a taxa do IVA em mais 2 pontos e sabe-se lá o que mais preparam. Aqui, vem mesmo a talhe de foice o rifão: "Uns comem os figos e a outros rebentam-lhes a boca". Para que uns se fartem à tripa forra há outros que chucham num caroço.
A crise em que esta nau encalhou, não adviu somente pela tão propalada crise mundial, mas por culpa também dos maus timoneiros e principalmente pelos sugadores imorais que mamaram e continuam a mamar na teta que é alimentada por todos os contibuintes.
"Eles comem tudo e não deixam nada" dizia um mestre da balada e ele lá sabia porquê.
Que destino teriam estes mamões se ainda houvesse lusitanos com eles no sítio?
Não haverá suficientes motivos para que os mais necessitados fiquem revoltados até à medula quando vem ao conhecimento os rendimentos escandalosos de certos senhores? O governo "PINÓQUIANO" não terá mecanismos, para pôr cobro a estes desvarios? Não terá a capacidade moral, para suster a "tusa" destes gananciosos? Não sentirão o minimo de vergonha que devido à sua desmesurada ambição haja compatriotas a viverem contando até ao último cêntimo a fim de governarem a sua vida? Não sentirão o minimo de vergonha saberem que enquanto eles vivem em mansões, outros habitam casas com condições infra-humanas? Não sentirão a minima vergonha que enquanto eles pôem em bancos estrangeiros o muito dinheiro que lhes sobra, a maioria do pessoal sobra-lhes muito mês sem cheta? E, então agora, são os que nada contribuiram para esta hecatombe que vão sofrer nos seus magros rendimentos? Venham os portugueses de antanho, aqueles que os tinham no sítio, mostrar a esta geração, que não devemos ser como ovelhas mansas retidas no redil aguardando o golpe de misericórdia.
Criticava-se e ainda se critica os tempos do Dr. Salazar onde havia latifundiários. Distanciado desse tempo e vendo os tempos de hoje só me apeteceria rir a bandeiras despregadas não fora a situação trágica em que nos puseram. Ora, responda-me quem souber: Nos tempos em que vivemos esses senhores deixaram de existir? Pertencem já ao passado? Ou pelo contrário, quantos a mais haverá agora? No tempo da tão vilupendiada "DITADURA" com certeza que deveria haver corrupção, admito que sim. Mas tanta como nesta democracia? Isso tenho a certeza que não. A corrupção grassa despudoradamente neste que já fora um jardim à beira mar plantado, é um fartar vilanagem e, é por via deste desnorte, que o erário público tem sofrido uma erosão galopante. E, para o refazer quem encontram mais à mão? Os mesmos de sempre, os da classe baixa e média baixa, ou seja, os que auferem menos. Eles sabem como somos mansos que o diga o Sr Ministro das Finanças que afirmou:- Os portugueses não são violentos nas suas manifestações.
Foi para este estado de coisas que os senhores capitães fizeram a abrilada de 1974? Senhores oficiais, só apearam meia dúzia e montaram dezenas. Desataram-nos a boca, para podermos falar, e quantas haverá que se abrem para comer sem terem com quê?
Se foi só para isto, muito obrigado, mas não valia a pena V.Exªs. darem~se a tanto incómodo.
Por tudo o que foi dito, é com regalo que iço meus braços bem ao alto e, com força bruta... REBIMBA O MALHO!

Conde da Gardunha