REBIMBA O MALHO

REBIMBA O MALHO

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

DEPRESSO


DEPRESSO
São quase 17 horas. Olho através da vidraça e tudo é triste. O céu, está carregado cor de chumbo. Não descortino a serra, por via do nevoeiro que escorrendo-a vai tomando conta do povoado. A chuva miudinha não pára. O frio entranha-se nos corpos daqueles que por mister são obrigados a andar fora de casa. Os gigantes plátanos que distam de mim poucos metros em linha recta, despiram-se, desapareceu a luxúria verde das suas folhas que jazem agora esquecidas no chão. Na sala, onde escrevo, está na meia penumbra tendo como única luz a do candeeiro da secretária. O relógio como plangendo bate agora a meia hora. São 17 horas e trinta minutos.

              A Natureza repousa na sua morte que ressuscitará daqui a uns meses. Sinto-me como ela, faço parte dela.

              Neste lugar, onde me encontro, o silêncio nesta altura é quase sepulcral. Ouvem-se somente lá longe, o ladrar descontente dos cães que por missão guardam as quintas. É o nada no meio do nada.

              Desde algum tempo que vejo com angústia o aproximar da noite… E ela chega tão cedo!

O meu refúgio é a leitura ou olhando enfastiado o caracolear do fumo do meu cigarro e, quando me apetece, escrever, escrever banalidades mas que, valha-me ao menos isso, há sempre alguém a dizer que gosta. Ainda bem!

A noite é já cerrada e o que aproveitei deste dia? Talvez menos que um cenobita que este, dentro do seu convento, tem obrigações a cumprir.

Quando de manhã desço à freguesia para tomar café (podia tomá-lo em casa), por companhia tenho a dona do café ou algum cliente esporádico que na maior parte das vezes nem conheço. Sinto a falta dos anciãos com quem no Verão convivo e contam-me as suas histórias que são na maior parte, histórias picarescas. Até estes amigos, devido à idade provecta evitam sair de casa com receio de os invadir alguma maleita.

O meu cão, deitado aos meus pés, olha-me com meiguice parecendo até adivinhar o meu estado de espírito, ou então interrogar-me para quando o bom tempo, para poder correr desenfreado, pela terra fora como é seu hábito. Esse tempo virá, mas primeiro teremos que aguardar que a Natureza saia deste coma induzido.



CONDE DA GARDUNHA

domingo, 5 de janeiro de 2014

O PRESÉPIO


O PRESÉPIO
O presépio é um vocábulo de origem hebraica e etimologicamente significa local onde se recolhem os animais ou seja, estábulo.
O presépio tem a sua história, e sabe-se a data precisa em que pela primeira vez foi encenado. O seu autor foi São Francisco de Assis com o consentimento do papa Honório III. Festejava-se o nascimento do Deus Menino na noite de Natal do ano 1223.

Aconteceu em Itália no bosque de Gréccio propriedade de João de Velita, amigo e fiel seguidor de São Francisco. Tudo foi preparado coo o Santo imaginara. Armou-se um altar para a celebração da missa e, numa gruta, colocaram uma manjedoura atapetada com palha. A ladeá-la, um jumento e uma vaca. Nada mais! O objectivo era que cada um dos presentes imaginasse o resto do quadro.

Foram convidadas as pessoas dos arredores,
bem como os frades dos vários conventos afim de assistirem à Eucaristia da meia-noite.
A noite estava escura. As gentes apareciam de todos os lados acudindo ao   bosque de Gréccio empunhando archotes e luminárias. Foi de facto uma noite diferente. Houve missa solene oficiada pelo Cardeal Ugolino. São Francisco leu o Evangelho e pregou ao povo sobre o nascimento de Jesus.

João de Velita, senhor do bosque, afirma ter visto um menino acariciando e afagando o Santo.
Conta-se que depois da cerimónia, todos os presentes levaram para suas casas pedaços da palha que estivera na manjedoura que segundo alguns tinha poderes milagrosos.
Também, segundo a tradição, as tábuas que serviram de manjedoura, conservam-se num relicário de prata exposta à veneração dos fiéis na Basílica de Santa Maria Maior em Roma.

A título de informação direi que na gruta de Belém onde jesus nasceu, foi construída uma magnifica igreja mandada construir por Santa Helena no ano de 326. No chão a assinalar o presépio está uma estrela de prata com a seguinte inscrição

 AQUI NASCEU JESUS CRISTO DA
VIRGEM MARIA



CONDE DA GARDUNHA