REBIMBA O MALHO

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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

NATAL

NATAL

Estamos já na quadra Natalícia e o dia de Natal caminha a passos largos.Escrevo esta crónica, para manifestar o meu desencanto pelo modo como se vive actualmente este evento tão querido a toda a comunidade cristã e que está completamente desvirtuado e adulterado.
Nos meus tempos, a festa tinha como figura principal o Jesus Menino porque é afinal o seu nascimento que comemoramos.
Nos tempos que correm, a festa tem como figura principal o pai natal: um fulano grotesco de vermelho vestido, de carapuço de igual cor e um cinto largo, preto, com um fivelão, qual cilha de alimária a apertar-lhe o farto bandulho.
Nesta festa deixou-se portanto de comemorar o nascimento de Cristo, para prestarem honras a este homúnculo que com os seus ô ô ô lá vai atraindo a pequenada com o fito de aumentar as vendas dos tubarões pelos quais foi contratado.
Este boneco em minha casa tem a entrada vedada. Vade retro! O único motivo alegórico é sem dúvida o presépio composto por aquelas figurinhas singelas e coloridas que uma vez por ano são expostas. O mesmo acontecia tempos atrás em quase todos os lares da gente portuguesa.
Se não inverterem esta tendência, de substituir o Deus Menino pelo pai natal, então terá razão o poeta David Mourão Ferreira que num seu poema diz o seguinte:

─ Há-de vir um Natal e será o primeiro
Em que nem o Natal terá qualquer sentido.

E com esta me vou…

NATAL DE 2012

Conde da Gardunha