REBIMBA O MALHO

REBIMBA O MALHO

sábado, 19 de fevereiro de 2011

NOVO BLOG: São Fiel / Louriçal do Campo


ESTE BLOG FOI CRIADO HÁ POUCO MAIS DE UM MÊS. ÀS PESSOAS QUE O VISITAREM DESDE JÁ O MEU AGRADECIMENTO.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

ÓCIO

ÓCIO

Aqui sim, no meu cantinho
Vendo-me rir o candeeiro,
Gozo o bem de estar sozinho
E esquecer o mundo inteiro.

CONDE DA GARDUNHA

sábado, 12 de fevereiro de 2011

OS DEFUNTOS

OS DEFUNTOS

Autores: Victor Serra e Zé Loureiro

De Victor serra:

Os defuntos a tremer,
com desejos de aquecer,
buscam serviços activos:
Vão à caça, tocam, dançam
e, quando laços, descansam,
rezam por alma dos vivos.

De Zé Loureiro:

E o vivo quer viver,
não lhe apraz ter de morrer,
busca modos atractivos:
Vai p'rá borga, come e bebe
e, enquando o morto fede,
ele adora ser dos vivos.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

INVENTÁRIO

INVENTÁRIO

POESIA DE JOSÉ SARAMAGO (1922 - 2010 )

De que sedas se fizeram os teus dedos,
De que marfim as tuas coxas lisas,
De que alturas chegou ao teu andar
A graça de camurça com que pisas.

De que amoras maduras se espremeu
O gosto acidulado do teu seio,
De que Índias o bambu da tua cinta,
O oiro dos teus olhos, donde veio.

A que balanço de onda vais buscar
a linha serpentina dos quadris,
Onde nasce a frescura dessa fonte
Que sai da tua boca quando ris.

De que bosques marinhos se soltou
A folha de coral das tuas portas,
Que perfume te anuncia quando vens
Cercar-me de desejo a horas mortas.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

RECORDAR

RECORDAR

Escrevo esta crónica, para evocar duas pessoas que viveram como eu na Panasqueira.

Ontem graças à tecnologia, conversei de viva voz com o meu querido amigo Zé Loureiro para mim sempre Zé Marques. Nessa conversa veio à baila o nome da ti Panchorra, nome adulterado possivelmente de Pachorra quiçá uma senhora com uma grande paciência. Ora a ti Panchorra teve dois filhos a Umbelina que segundo se constava na altura ter-se-ia perdido nas vielas do Bairro Alto e, o Guilhermino que se a memória não me atraiçoa era canalizador.
O Guilhermino era um flatuloso militante e, numa tarde de Verão, estava eu, ele e uns amigos encostados no muro que confina o edifício do cinema quando ele nos perguntou: - Quantos querem? Deixámo-nos rir antevendo o "espectáculo" e atirámos com um número. O nosso amigo deborcou-se por cima do muro, alteou o rabo e à medida que ia traqueando íamos contando em voz alta até ao número acordado.
Quando cessou a sua exibição, sentou-se e sorriu mostrando os dentes quadrados e ralos, satisfeito pela missão cumprida.
Este amigo, tinha uma maneira de ser muito sui generis. Lembro-me que num distante Sábado exibiram um filme uma comédia hilariante. Contou depois quem estava ao seu lado, que enquanto toda a assistência se revolvia com risadas, ele, o Guilhermino, impávido e sereno,  sequer um breve sorriso esboçou. Interrogado, respondeu que aquilo não teve piada nenhuma.
Sabem onde morava? Eu digo: Naquela carreira de casas por cima do chafariz da ti Maria Rosa e que na primeira casa vivia o Luís Relvas pessoa irascível e por isso solitário. Também o Teodorico. Sim, na Panasqueira também morou um Teodorico de seu nome completo Teodorico Penedo Borrego. (Padrinho amigo).
Sempre que me lembro deste rapazinho não consigo evitar que um sorriso aflore porque foi o único que se saiba, tinha um contracto com a Sagrada Família, aquela que morava dentro de uma caixa de madeira com uma pega e peregrinava de casa em casa. O Teodorico auto-proclamou-se sócio, da Trindade embora minoritário. Ia beneficiando das esmolas que as pessoas introduziam através de uma ranhura, embora sabendo ele, que o clérigo levava a parte de leão.
Grande Teodorico, tinhas necessidades como qualquer miúdo e, só o lesado que não a Sagrada Família se rebelou ao descobrir qual detective minucioso. Ele contribuiu para que o teu nome viesse para a praça pública. A Sagrada Família não necessitava de bens materiais e tu, adolescente, gostavas de ter no bolso uns míseros escudos, para gastares numa bugiganga que a tua mãe não podia comprar. Para que se saiba nunca condenei este rapazinho

Conde da Gardunha