REBIMBA O MALHO

REBIMBA O MALHO

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

O blog "REBIMBA O MALHO" apareceu precisamente há 8 meses. Nasceu, como o seu próprio nome indica, para malhar em tudo o que estiver mal. Dedicou-se mais em malhar na escória que atirou o nosso país para a sarjeta. Teve boa aceitação felizmente e, a prová-lo, está no número de visitas, uma média de quatrocentas por mês o que me dá mais ânimo para prosseguir nesta minha cruzada.
   Regozijo-me por ver que as pessoas não estão alheadas pela maneira como fomos governados. Os governos sucessivos que mais engenho não tiveram do que atirarem-nos para um fosso do qual não sairemos nos anos mais próximos.
   Não adianta darmos as boas vindas ao ano que vem quando todos sabemos que só trará mais desemprego, mais fome e porventura até convulsões sociais porque sem querer fazer futurologia, vai ser um  ano negro para os portugueses.
   Meus amigos, fomos desde há muito governados por aprendizes  sem um líder e, como sabemos, toda a aprendizagem tem os seus custos só que estes, lesam dez milhões de seres.
   Mas, hoje o meu propósito não é que o malho rebimbe é sim, do fundo do coração e por dever fazer uns agradecimentos. Em primeiro lugar agradecer a todos aqueles que tiveram a gentileza de lerem as minhas crónicas, depois, para aqueles que as leram e deixaram os seus comentários, sempre muito úteis e, por último, um agradecimento especial para os amigos que se fidelizaram e são seguidores destes escritos.
   Para todos o meu muito bem-haja e desejo sinceramente que o ano de 2011 seja pródigo em saúde e que o infortúnio fique o mais arredado possivel das vossas vidas.      

Conde da Gardunha

domingo, 26 de dezembro de 2010

POESIA - DÚVIDAS


-  Diz-me mãe, mas por favor
sê vera. Porque nasci?
-  Por vontade do Senhor,
filho, por isso sorri.


- E quem é esse senhor
mãe que nunca o sonheci?
- È Luz, Perdão e Amor,
filho, por isso sorri.


-  Mãe, com que manto se cobre?
é feito de ouro e rubi?
-  Não, é como o nosso, de pobre,
filho, por isso sorri.


- Mãe, se por ele chamar,
vem correndo para aqui?
- Está aqui para te velar
filho, por isso sorri.


-  Mãe, se por Ele chamar,
vem correndo para aqui?
-  Está aqui para te velar,
filho, por isso sorri.


-  Se em todo o lado Ele mora,
sabe quanto já sofri...
-  É o Rei do amor, por ti chora,
filho, por isso sorri.


-  Mãe, se Ele é rei, tudo faz.
Dá vida e também dá a morte...
-  Sorri, filho, a morte é paz
e às vezes, a vida é má sorte.


- Tal Rei não quero aceitar
e nem saber quem O adora...
- Para sempre vais penar
meu filho, por isso chora!

sábado, 18 de dezembro de 2010

PASTORIL

PASTORIL

- Aonde vais linda pastora
Nesse teu passo apressado?
- Pedir a Nossa Senhora
Que me livre do pecado.

-Aonde vais linda pastora
Nesse teu passo ligeiro?
- Pedir a Nossa Senhora
Me livre do pegureiro.

- Aonde vais linda pastora
Nesse teu passo ensaiado?
- Pedir a Nossa Senhora
Saúde p'ra o meu amado.

- Aonde vais linda pastora
Nesse teu passo dolente?
- Pedir a Nossa Senhora
Novas de um amor ausente.

- Aonde vais linda pastora
Nesse passo decidido?
-  Pedir a Nossa Senhora
Que me ache o amor perdido.

- Linda pastora, aonde vais
Por essa estrada sem fim?
. Penar, abafar meus ais...
Ai Senhora, olhai por mim...

Uma luz resplandecente
Que ao pé dela apareceu
Envolveu-a brandamente
E levou-a para o Céu.

Conde da Gardunha

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

PORTUGAL ATOLADO ( I )

PORTUGAL ATOLADO ( I ) 

Há já algum tempo - tempo demais - que não escrevia uma crónica para o meu blog e, foi um bom amigo quem me alertou perguntando qual o motivo.
        Pois bem, o motivo desta pausa deveu-se ao facto de andar abismado e até incrédulo com as más notícias que me vão chegando em catadupa e que me deixam exausto, oprimido e deveras envergonhado. Vergonha, pelo estado que puseram o meu país. O tal orgulho antigo de ser português, esfuma-se volatiliza-se e mais, quando constato que nos puseram de gatas oferecendo as nossas intimidades à mercê da concupiscência de quem nada tem a ver com a Portugalidade.
        Quando faltam alternativas, quando já nada temos e o desespero assalta, até a honra se vende.
       Que miséria a tua Portugal! Foste vilipendiado e arremessado a um pântano pútrido. Já tiveste glória, foste andarilho, descobriste novos mundos que os deste ao mundo, foste respeitado e temido. E agora? Não passas de um pedinte que estendes a mão velha e trémula a quem passa, na esperança vã de uma ajuda para que não faleças à míngua. Olham-te de esguelha desconfiados, como se estivesses impregnado de doença altamente contagiosa. Levaram-te ao completo descrédito.
       De rei, passaste a um inglório peão de cerviz curvada e subserviente graças à tua côrte incompetente, maldosa, corrupta, estúpida e imoral, uma choldra que se a história dela falar, ficará marcada como a côrte abjecta.
        De tal maneira estás exaurido devido à ganância desmesurada da corja, que já nem o alimento básico tens para os teus filhos. Há já muitos deles que passam um dia por semana sem terem côdea para rilhar. Há famílias em desespero por não conseguirem um trabalho; são já 600 Mil por enquanto e, há quem diga que são muitos mais.
        Oiço falar constantemente da crise internacional e pouco ou nada dos que contribuíram para a crise nacional.
       Ai Portugal, Portugal! Quem te havia de dizer que no limiar dos nove séculos de história havias de ter como governante um engenheiro relativo que além de também ser filho de Geppetto é inconsciente, altivo, vaidoso, INCOMPETENTE, insensível, zarolho e tão teimoso ao ponto de não se calar de vez com as construções faraónicas como o tão propalado  e para ele tão imprescindível TGV, passando-lhe ao lado contudo, a dívida astronómica com a procissão ainda em marcha. O pior, ainda está para vir.
      Como foi possível terem escolhido um inepto para te governar? Como é possível um engenheiro relativo e ainda por cima ignorante das coisas de estado continuar a desgovernar-te sacrificando os teus filhos? E o que dizer destes - muitos ainda - que ao em teimar apoiá-lo se tornam também coniventes da tua desgraça? Lamento que a fome e a dor não seja exclusivamente  deles.
        A ignorância é muito atrevida - frase dita e redita pelo meu pai - e assim é de facto. Continua a haver muita gente que vêem nos partidos políticos como se de um clube de futebol de tratasse. Quem nasce benfiquista ou de outro clube qualquer, sê-lo-à para toda a vida só que na politica está em jogo a sobrevivência de uma nação e o bem estar das pessoas. É por isso que  devemos ser por quem menos mal nos trate; por quem distribua mais e nos explore menos; por quem zele pela saúde de cada um e não nos atire para as listas do esquecimento; por quem nos dê o saber e não diplomas de ignorância; por quem nos informe da realidade e não distribua quimeras; por quem de facto seja competente e não nos encha de vergonha; por quem seja patriota e que saiba transmitir-nos o amor à pátria; por quem seja parco na retórica e pródigo nas iniciativas a fim de não sermos obrigados a ouvir constantemente alarvices  e  todos podermos contribuir para a concretização das suas ideias e, finalmente, por quem saiba ouvir a razão e não nos arraste para o atoleiro.
          Para quem atolou o meu país e nos atolou a todos: REBIMBA O MALHO

CONDE DA GARDUNHA

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

FAZER ANOS

FAZER ANOS                                                                                                                                        

Sessenta anos!

Sete décadas já vivi...
Como passaram?! Nem as senti...
É uma bonita idade - costumam dizer -.
E quantos mais o triste fizer,
Maiores são os encómios.
Fodam-se os cretinos fazedores de ódios
Que tais aleivosias da gorja vão vomitando.
Calem-se ó arautos do desmando,
Do fingimento e do cinismo. Emudecei!
Para estes ignotos, Deus, Vosso olhar volvei,
Diz-lhes que fazer anos é envelhecer,
É a luz do existir a esmorecer,
É o corpo e a mente a caducar,
É a mente a pedir e o corpo a escusar,
Ou o corpo num clamor e a mente a destrambelhar,
É o desejo ardente e já não poder,
É ter tudo e o tudo já nada valer,
É a oferta de um corpo desnudo
Que por falta de viço ficar tartamudo.
Ter setenta, oitenta ou mais é bonita idade?
Então quero chamar-vos à puridade
E dizer-vos ó pérfidos indigentes da moral:
Fazer anos? É uma MERDA e ponto final.


Conde da Gardunha