AO QUE CHEGÁMOS
No jornal que leio diariamente desde há longos anos, vi uma notícia que me deixou atónito, deixou-me incrédulo que a não ser pela gravidade em causa, seria no mínimo motivo para gargalhada estridente
O título diz tudo e, rezava assim: - “Professores do norte têm aulas de artes marciais para se defenderem dos alunos.
No mesmo jornal mas em data diferente anunciava que as armas nas escolas são mais que muitas.
Ao que chegámos!
É no mínimo patético para quem, como eu, teve a sorte de ser ensinado muito antes da Abrilada. Naquele tempo, não havia energumenozinhos mimados, com a veleidade de desestabilizar uma aula. Naquele tempo, como havia professores que se davam ao respeito, também havia pais que sabiam dar uma chapada no filho sempre que este a merecia. Era uma consonância perfeita entre professor e pai para bem do adolescente. Naquele tempo, os pais não iam pedir satisfações aos professores pelo mau aproveitamento dos seus rebentos. Quando estes perdiam o ano, os pais sabiam como agir que depois de reprimendas sucessivas vinham por via de regra os respetivos castigos.
Na escola, é fundamental que haja respeito pelo professor porque não havendo, propicía desmandos como a falta de respeito ou a rebeldia até para com os seus companheiros. Não sei como nem porquê em deixarem os putos tratarem por “ó professor” omitindo o Srº. É claro que todos estes pormenores podem contribuir para uma demasiada intimidade que quanto a mim é prejudicial. Manter uma certa distanciação é saudável, põe em evidência uma hierarquia que deve ser respeitada e o aluno desde logo se apercebe disso.
Por outro lado, há muitos pais que se demitiram da educação dos seus petizes delegando no professor, também essa incumbência. Ora, a vocação do professor, não é educar mas instruir que foi para isso que estudaram e fizeram o seu curso. Não tiraram das escolas a disciplina de moral? Então? Seria bom que alguém do governo tivesse a coragem em substituir o nome de Ministério da Educação por Ministério da Instrução ou por Ministério do ensino. Assim, evitavam-se confusões e repunha-se o verdadeiro nome para o qual está dirigido.
A escola de hoje peca por falta de disciplina. Quando andei na instrução primária, os professores tinham as quatro classes com dezenas de alunos na mesma sala. A disciplina permitia ouvir os aparos arranharem nas folhas do caderno, ou o ponteiro a riscar nas ardósias. Havia castigos corporais? Claro que sim! Uma palmatoada por cada erro ortográfico ou quando o professor dava conta, uma canada naquele aluno que cochichasse com o companheiro. Houve traumas por isso? Não sei de ninguém que tivesse sofrido dessa maleita hoje em dia tão em voga. Ninguém necessitou de psicólogos nem se ouvia falar destes senhores que quanto a mim estão mais perto da doença do que da cura.
E o que dizer dos chamados hiperactivos? Não existiam simplesmente e, se alguém tivesse essa tendência, era aplicada a psicologia vigente e lá se ia a hiperatividade.
O proteccionismo exagerado, é nefasto para aqueles que começam um novo ciclo da sua vida, neste caso a aprendizagem das primeiras letras.
Hei-de voltar a este tema numa outra crónica.
E, pelo estado vergonhoso que deixaram chegar as escolas deste país, como não podia deixar de ser... REBIMBA O MALHO!
Conde da Gardunha