RECORDAR
Escrevo esta crónica, para evocar duas pessoas que viveram como eu na Panasqueira.
Ontem graças à tecnologia, conversei de viva voz com o meu querido amigo Zé Loureiro para mim sempre Zé Marques. Nessa conversa veio à baila o nome da ti Panchorra, nome adulterado possivelmente de Pachorra quiçá uma senhora com uma grande paciência. Ora a ti Panchorra teve dois filhos a Umbelina que segundo se constava na altura ter-se-ia perdido nas vielas do Bairro Alto e, o Guilhermino que se a memória não me atraiçoa era canalizador.
Escrevo esta crónica, para evocar duas pessoas que viveram como eu na Panasqueira.
Ontem graças à tecnologia, conversei de viva voz com o meu querido amigo Zé Loureiro para mim sempre Zé Marques. Nessa conversa veio à baila o nome da ti Panchorra, nome adulterado possivelmente de Pachorra quiçá uma senhora com uma grande paciência. Ora a ti Panchorra teve dois filhos a Umbelina que segundo se constava na altura ter-se-ia perdido nas vielas do Bairro Alto e, o Guilhermino que se a memória não me atraiçoa era canalizador.
O
Guilhermino era um flatuloso militante e, numa tarde de Verão, estava eu, ele e
uns amigos encostados no muro que confina o edifício do cinema quando ele nos
perguntou: - Quantos querem? Deixámo-nos rir antevendo o "espectáculo"
e atirámos com um número. O nosso amigo deborcou-se por cima do muro, alteou o
rabo e à medida que ia traqueando íamos contando em voz alta até ao número
acordado.
Quando cessou a sua exibição, sentou-se e sorriu mostrando os dentes quadrados e ralos, satisfeito pela missão cumprida.
Quando cessou a sua exibição, sentou-se e sorriu mostrando os dentes quadrados e ralos, satisfeito pela missão cumprida.
Este
amigo, tinha uma maneira de ser muito sui generis. Lembro-me que num distante
Sábado exibiram um filme ─ uma comédia hilariante─. Contou depois quem
estava ao seu lado, que enquanto toda a assistência se revolvia com risadas,
ele, o Guilhermino, impávido e sereno, sequer um breve sorriso
esboçou. Interrogado, respondeu que aquilo não teve piada nenhuma.
Sabem
onde morava? Eu digo: Naquela carreira de casas por cima do chafariz da ti
Maria Rosa e que na primeira casa vivia o Luís Relvas pessoa irascível e por
isso solitário. Também o Teodorico. Sim, na Panasqueira também morou um
Teodorico de seu nome completo Teodorico Penedo Borrego. (Padrinho amigo).
Sempre
que me lembro deste rapazinho não consigo evitar que um sorriso aflore porque
foi o único que se saiba, tinha um contracto com a Sagrada Família, aquela que
morava dentro de uma caixa de madeira com uma pega e peregrinava de casa em
casa. O Teodorico auto-proclamou-se sócio, da Trindade embora minoritário. Ia
beneficiando das esmolas que as pessoas introduziam através de uma
ranhura, embora sabendo ele, que o clérigo levava a parte de leão.
Grande Teodorico, tinhas necessidades como qualquer miúdo
e, só o lesado que não a Sagrada Família se rebelou ao descobrir qual
detective minucioso. Ele contribuiu para que o teu nome viesse para a praça
pública. A Sagrada Família não necessitava de bens materiais e tu, adolescente,
gostavas de ter no bolso uns míseros escudos, para gastares numa bugiganga que a tua mãe não podia comprar.
Para que se saiba nunca condenei este rapazinho
Que grande memória, Victor! Ri a bandeira despregada.
ResponderEliminarP...a, do que tu havias de te lembrar!? Aquele episódio do Guilhermino, neste caso, é de ouvir e gritar por mais.
Que mantenhas essa memória e boa disposição, meu caro.
Um abraço.