REBIMBA O MALHO

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quarta-feira, 24 de agosto de 2016

O PECADO ORIGINAL

O PECADO ORIGINAL

Era ainda muito criança quando ouvi falar pela primeira vez sobre o pecado original. Soube assim que existia mas não o que significava, no que consistia. A pessoa mais indicada para me explicar seria o padre que me dava a doutrina, me deu a primeira comunhão, comunhão solene, esteve ao meu lado no crisma e até celebrou o casamento a meu pedido. Contudo, não me atrevia porque me lembrava daquele dia em que o interroguei já não me lembro sobre que assunto e respondeu-me que podia ser Deus a chamar-me e  ser Ele a explicar-me.
Ó Senhor dos Aflitos,  a minha curiosidade terminou nesse instante. Também que diabo não carecia de tamanha honra em subir ao Supremo para uma explicação que pensava ser simples.
Por outro lado, não queria mostrar o meu não saber perante outras pessoas ou confessar o interesse por aquele pecado. Sabia que mais cedo ou mais tarde viria a descobrir por mim mesmo e assim aconteceu através da leitura não me lembra qual livro ou revista.
Recordo sim que me revoltei quando soube a origem do original.
Este pecado já vem do tempo em que ainda não havia pecados ou pelo menos não estavam ainda catalogados nem enumerados.
O pecado original já vem dos inventados Adão e Eva desde quando conceberam os seus filhos, isto é: pega-se através do acto sexual.
Ora bem: os pais brincam, gozam e assim que nasce o filho  o “pecado” dos pais é o filhote que o carrega. Que injustiça; ainda  o nado mal deu o primeiro vagido e já carrega nos tenros ombros o pecado dos pais.
E que pecado tamanho! Só com um sacramento, o Baptismo, é que fica enfim livre, fica lavado dessa mácula, porque antes, até lhe chamam catecúmeno e proibido de entrar nas igrejas.
Este pecado só foi assim considerado no século IV. Até aqui não havia esses preceitos e por conseguinte ausência de culpa.
Foi preciso vir um africano - melhor seria que se tivesse mantido lá na sua cubata- para impor a sua inteligência à inteligência do que se opunham. Este legislador de pecados chamava-se Agostinho homem vicioso, cheio de excessos e que numa certa etapa da sua vida ouviu um chamamento tal como São Paulo ou São Francisco de Assis também estes com uma vida plena de estúrdias.
Como era hábito naqueles tempos e confirmado pelos biógrafos todos eles morriam com um cheirinho a santidade. Foi o que aconteceu a este Agostinho que subiu aos altares e é venerado com o nome de santo Agostinho.
Na religião católica tudo é proibição e tudo são deveres. Deus na sua infinita bondade confiou a Moisés os Dez Mandamentos com a recomendação que eram para ser cumpridos. Os homens à compita com o Altíssimo inventaram mais cinco que são os mandamentos da santa madre igreja. Mas, vendo que ainda havia pano para mangas vai daí ditaram os pecados mortais, os veniais e outros que tais como os pecados contra o Divino Espírito Santo que a maioria das pessoas até desconhece.
É muito difícil andar na Tua graça Senhor.
                                                                                                                                    São Fiel
                                                                                                                    Victor Serra      
Conde da gardunha


                                                                                                

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