REBIMBA O MALHO

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sexta-feira, 3 de junho de 2016

A INTERNET


A INTERNET        
      Durante todos estes anos consecutivos que vagueio pela Internet, (salvo o ano passado que estive ausente meio forçado, meio deliberado), não foi difícil chegar à conclusão do seguinte: A Internet proporcionou a democratização do disparate; basta navegar pelas notícias on-line e ler os comentários publicados por críticos atentos e venerandos  para nos apercebermos que de facto a democratização do disparate  está sem apelo nem agravo institucionalizado.
      Muitos likes numa publicação é, para alguns, sinal do nascimento de um génio mesmo que seja useiro e vezeiro na asneira do “devia de”.
      Um conhecido apresentador de um dos canais com maior audiência  disse há poucos dias, no seu programa, com cara de pessoa púdica e entendida que o Facebook era uma latrina. Não concordo em absoluto com tal afirmação. Que há opinantes e “críticos” empregando termos cloacais, é verdade e, alguns por léxico diminuto, empregam as palavras mais impróprias e até lesivas que se os visados tivessem conhecimento podia sair-lhes bastante caro. Dizem nas redes sociais o que não diriam de cara a cara. Mas não podemos como em tudo generalizar.
      Mas a Internet tem muito mais que se lhe diga: todos os dias aparecem  novos sites  dos mais diversos teores. Uns perduram durante anos chegando a idades provectas ao passo que outros têm uma vida efémera. Tenho observado que entre os duradouros estão os que versam a poesia e de vez em quando lá aparece mais um e o respectivo pedido para aderirmos. Também eu já fui membro dessas confrarias sem que delas tirasse qualquer valia. De repente todo o mundo desatou em ser poeta como se o fosse quem quisesse. A versalhada, chovia em catadupa e tão medíocre era que a desesperação abarcava-me,  era a desistência! Para me purgar de tal efeito nefasto tinha que me escudar nos meus velhos conhecidos: o baixinho Junqueiro, o bondoso João de Deus, ao santo Antero (como lhe chamava o Eça) ou até ao Eugénio de Castro e reler aquele lindo poema que fez ao seu anel. É de génio. Não necessito por isso de luras de acolhimento.
      Enfim, a grande maioria dos poetas da net publicam com desfaçatez resmas de escritos a que chamam poesias  e que serve somente para azucrinarem o juízo dos desprevenidos.
      Em vez de maus artesãos melhor andariam se se tornassem bons clientes  de quem sabe da arte.
      E para os poetastros e só para eles REBIMBA O MALHO 

                                                                                                            São Fiel, 3 de Junho de 2016
CONDE DA GARDUNHA
                                                                                                              
                                                                                          

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