REBIMBA O MALHO

REBIMBA O MALHO

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

O TUDO E O POUCO DO NATAL

O TUDO E O POUCO DO NATAL 


POESIA DE A. MAGALHÃES

Aqui, olhando bem, o pouco é tudo
E o tudo que atrai é sempre pouco:
Mistério que me deixa sempre mudo,
Mistério que me deixa quase louco.

 Se me chega o pouco tenho tudo;
Se me sobeja tudo, o tudo é pouco.
Mas a gritar por tudo ando rouco
Sem tino, cego, um pouco tartamudo.

 O tudo que procuro está no pouco,
Já que no pouco pode estar o tudo.
Às vezes, o maior é o miúdo
E o mais inchado é apenas ôco.

 Sempre se pode ser feliz com pouco,
Já que aqui, o tudo não é tudo.
Essa a razão por que anda tudo louco
Atrás de tudo que é só reboco.

Ó frustrados de todos e de tudo,
Ensinai-me a sair deste cabouco,
Pois se souber no pouco pôr o tudo,
Serei então feliz com o meu pouco.

Em Deus Menino ‘stão o tudo e o pouco
Mas no seu pouco é que temos tudo.
O engano virá do falso troco,
De não chegar ao tudo pelo pouco.

Este Menino é tudo no seu pouco
E só nele se pode achar o tudo.
Se assim não for, tudo o mais é louco.
Ó meu Menino, Menino tão pouco!

Tão pouco! Mas para nós sois o tudo.                           

Sem comentários:

Enviar um comentário